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Após entregador se recusar a subir, mulher desce com cutelo para receber pedido em São Conrado

‘Que palhaçada é essa agora que não sobe na casa da pessoa?’, argumenta a cliente, que foi banida da plataforma onde fez o pedido. Caso está na 15ª DP

Cliente do aplicativo de comidas iFood, uma mulher ficou indignada por ter que descer para receber seu lanche com o entregador. Quando foi até a portaria do condomínio, em São Conrado, apareceu segurando um cutelo e questionou o rapaz por não ter subido — uma decisão, segundo as plataformas de delivery, que cabe ao profissional. A discussão foi filmada pelo próprio entregador, e o caso está sendo investigado pela 15ª DP (Gávea). Os envolvidos serão intimados a depor.

O caso aconteceu num edifício na Rua Olímpio de Moura, 10. As imagens foram postadas nas redes sociais nesta quarta-feira (10) e ganharam grande repercussão. Nelas, a mulher questiona o motivo de o entregador não subir para entregar o lanche.

“Por que que você não quer entregar o meu lanche na minha casa? Você não me deu essa opção, não. Devolve meu lanche. Me dá a gorjeta que eu te dei. Como é que eu vou confiar em você se você não é de confiança? Que palhaçada é essa agora que não sobe na casa da pessoa? Todo mundo sobe”, diz a mulher no vídeo.

Já o entregador responde que não é obrigado a subir, de acordo com as regras da plataforma, e diz que, caso ela não lhe dê o código necessário para encerrar o pedido, irá cancelá-lo.

“Porque eu não sou obrigado a subir. A plataforma não nos obriga a subir. É só passar o código. Eu não sou notificado de gorjeta, é só pedir o estorno para o iFood. Veio me ameaçar com um cutelo na mão”, diz o entregador.

O vídeo mostra que, após a discussão, a mulher passou o código. Identificado como Gabriel Jesus, de 22 anos, o entregador gravou um novo vídeo postado nas redes sociais nesta sexta-feira (12) dando mais detalhes sobre o ocorrido:

“Chegando no local eu avisei para o porteiro que não subiria e que eu iria pedir só o código para deixar o pedido na portaria ou no elevador. Mas não cheguei nem a falar sobre o elevador porque o porteiro me cortou. Ele disse que a cliente falou que se eu não subisse ela não iria me passar o código. Eu disse que se ela não descesse eu iria cancelar o pedido”, explica o entregador.

“Quando estava guardando o pedido no baú, o porteiro disse que ela iria descer. Achei que ela iria ficar emburrada, mas desceria e pegaria o lanche comigo. Mas ela apareceu, falou com o porteiro e puxou o portão como se já quisesse sair para tomar alguma atitude. Aí vi que ela estava com o cutelo, tomei distância e já comecei a gravar. Gerou aquela dor de cabeça toda porque ela não queria passar o código e nem descer para pegar o pedido dela”, detalha o entregador no novo vídeo.

O caso foi registrado por meio da Delegacia On-line, e a investigação está em andamento.

A posição do iFood

O iFood diz que repudia qualquer agressão contra seus entregadores e que está prestando auxílio psicológico ao entregador Gabriel Jesus, além de ter banido a cliente em questão da plataforma. Eis a nota da empresa:

“O iFood não tolera qualquer tipo de ofensas, agressões, manifestações de preconceito ou assédio contra os entregadores parceiros. Identificamos o caso do entregador Gabriel Carvalho de Jesus e já estamos em contato para prestar todo suporte a ele. Além disso, oferecemos nosso serviço da Central de Apoio Psicológico e Jurídico e estamos no aguardo da aprovação do profissional para seguir com este acolhimento. A cliente em questão foi banida da nossa plataforma.

A nossa Central de Apoio Jurídico e Psicológico foi criada, em parceria com a organização global de advogadas negras, Black Sisters In Law, para acompanhar os casos de agressão e discriminação, com atendimento personalizado. Por isso, reforçamos a importância dos entregadores avisarem imediatamente no app na opção ‘Alerta de Casos Graves’, para que as providências cabíveis sejam tomadas.”

Fonte: O Globo

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