O Brasil está vivendo um delicado momento com o aumento da violência e com uma sensação generalizada de falta de segurança. Manchetes se repetem em todo o país – roubos, assassinatos, violência no trânsito. Se por um lado, temos um Governo ineficiente sem a força necessária para combater essa insegurança; por outro, vemos uma sociedade impaciente e começando a fazer “justiça com as próprias mãos”.
Estamos vendo diferentes movimentos – para o bem e para o mal, onde pessoas estão criando formas criativas de combater a violência. Isso está acontecendo em vários níveis e esferas, porém uma tem chamado a atenção: o uso da inteligência colaborativa para ajudar na identificação dos problemas. Essa questão é, majoritariamente, responsabilidade do Estado, mas é também dever dos cidadãos procurar formas de colaborar com a segurança local, incentivando iniciativas disruptivas.
Como forma de se proteger da violência e cuidar do patrimônio, moradores de diferentes áreas de São Paulo têm organizado sistemas comunitários de segurança. As ações vão de grupos de Whatsapp à comunicação via rádio entre porteiros de um mesmo quarteirão. A idéia é integrar parte do sistema de segurança dos prédios e incentivar a vigilância colaborativa. “Se alguém vê um carro rodando na área de forma suspeita, compartilha a informação. Se acontece algo, deve-se ligar para o 190.
Cada vez mais pessoas se utilizam da facilidade de acesso à internet e da quantia de dispositivos móveis para intensificar sua voz, demonstrando quais são as reais necessidades da população e agindo de maneira proativa em benefício de todos. Tendo como base o conceito de monitoramento compartilhado, a proposta também integra imagens de câmeras de segurança dos moradores dos municípios com o sistema de vigilância público, criando uma rede mais ampla. Esse tipo de ação se torna cada vez mais necessária, já que as estatísticas de roubos só crescem como mostra a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI): 40% das famílias brasileiras tiveram algum de seus integrantes vítimas de furto, assalto ou agressão, nos últimos doze meses. Os avanços estão, aos poucos, mudando o formato de relação entre a sociedade, a polícia e o governo. O real objetivo por trás de ferramentas que possibilitam esse tipo de ação é explorar formas de aprimorar a comunicação e como torná-la mais eficiente, gerando mais segurança para todos.